sexta-feira, agosto 24, 2012


Arroto de pedra

O olhar opaco, ralo e cansado.
Perscruta essa tempestade.
De gotas antigas, pterodátilas!

De quem é a herança
as penas, asas plenas,
de cada delicada pena.

Há tanta poeira.
E pouca poesia.

Deixo no fim, a mensagem,
"o mundo é pura paisagem".

Marina Ráz.

Litros d’água

Antes que o papel,
amarele seu dente
nesse meu sorriso;
ridente.

De poucas letras
rabisco o poema,
falo a estreletras,
falo, borboletras;
cadentes.

Marina Ráz.

Boneca de porcelana

Bem-te-vi, bem-te-vi.
Chorar será bastante?
toda a beleza é alma
ante a lágrima diamante.
pos, sob a tua palma;
Todo esse belo brilhante,
contido, num só instante!

Marina Ráz.

Aos pés do deserto

Argelino, esse sangue duro,
crepita em suas mão limpas,
socorre seus olhos da morte
desvairada morte de tudo e de todos.

Alguns, já nascem leões,
outros simples humanos.

Beba, sorria, seres-virtus!
O sol, numa gota de suor.

E sucede em cântaros:
será que escarro no mundo
ou lhe beijo as têmporas?

Marina Ráz.

quinta-feira, agosto 09, 2012



Merca( L )do

Vou de lado alado
feito um caranguejo
vou de cabo_a_rabo
feito um diabo

Sou tempe( R )ro
desse caldo insosso
ginsenge sal grosso
vou do sul ao Mato Grosso
montado no lombo do capeta

Enquanto o mundo chora
eu mamo na chupeta

Marina Ráz.