segunda-feira, agosto 30, 2004

Breve orquídea

Estanco buracos já secos
emudeço ecos, os enterro!
Ancoro navios no espaço,
sem cabaço sou um poço
san....gro....sso e espesso.

Marina Ráz.

domingo, agosto 29, 2004

A cadela rosada

Grama, grão, grama
o tempo deposita
na brita do corpo,
contorço! e a alma trama
na imensidão que triunfa
desistir |da jaula|.

Marina Ráz.
Este lado da verdade

No vácuo entre astros
as luzes surgem, são,
milhares, ares, aves!

Entre os dentes carrego
erro, o ego, um soluço
que no susto esvaziam.

A palavra que é carne
a berne sobre a pele.
Que alimenta o fato
do coração ser um cacto.

Marina Ráz.

sexta-feira, agosto 27, 2004

Só os lírios sabem

Meu corpo é cheio de farpas
Os dedos que me tocam, são
grossos e imperfeitos como joelhos.
Guardo, centenas de marcas
algumas cartas, uma canção.
Sei que errávamos e éramos
ainda amantes jovens
frágeis como coelhos.

Marina Ráz