sábado, novembro 21, 2009

Diz traindo

O tempo é um rapto,
quanto mais eu corro
mais ele fica rápido.
É feito um psiu,
se ninguém viu:
Ele pulou, a virgula,
e tropeçou no ponto.

A verdade é clara,
as rugas na cara
são desse acidente!

Marina Ráz.

quarta-feira, novembro 18, 2009

Poema visitante

Eu escrevo, anoto, comporto,
entorno de mim. Como se um braço,
estivesse me apertando a cada traço,
ponto, virgula e espaço.

Risco com esse verso
o riso leve e imenso
que guardo e carrego
como um vaso velho,
que ainda aguarda flores.

Marina Ráz.

sábado, novembro 07, 2009

Faria Lima 19:00

A chuva no parabrisa
cria sua própria geografia
um ninho de faróis
aninhados, um novo sol
vermelho STOP.

|| || || || você|| || || ||
|| || || || || || || ||
|| || || || || || || ||
|| || || || nós || || || ||
|| || || || || || || ||
|| || || || || || || ||
|| || || || || || || ||
|| || || || eu || || || ||

Marina Ráz.

quarta-feira, novembro 04, 2009

Enquanto

Não há, não será, não dá.
O tempo eu cavo com pá
não vejo, a hora de chegar,
meu corpo é escravo do ar
vou deixar que me desintegre
abraçar o sol, que me protege,
onde eu não sei mais mentir
como, ou eu como, Velemir:
“Onde as pedras são tempo,
Onde o tempo é de pedra.”.

Marina Ráz.