domingo, novembro 07, 2010

Comentário

O amor quando vai embora
não volta fácil, fica um espaço
como um astro imenso.
Não existem sentidos tão aguçados
que possam me ajudar a encontrar
e vago como lenda e retrato
esperando esse minuto chegar
ancorar meus pensamentos
e desejos nesse meu monumento
minha Esfinge de charadas confusas.
Quais avisos ele irá enviar,
luzes no céu, mensagens secretas
ou sua imagem solida e concreta?

Marina Ráz.

domingo, setembro 12, 2010

Pre-texto

E o que é considerar?
É o que é te avaliar?
Então ela separemos,
e então nela veremos.

Com siderar. O que seria?
Com os astros que já devia.
E agora tem sentido,
que outrora não contido.

De início essa fonte,
era vício não sei donde.
Etimológico prazer,
do meu lógico por fazer.

Marina Ráz
Dia lento

Pensar não faz
Faz não pensar
Não pensar faz
Faz pensar não
Não faz pensar
Pensar faz não

Marina Ráz

sábado, setembro 11, 2010

Tabuleiro

Esta mulher mais profunda...
largamente deixa misteriosas marcas
nas paredes da minha compreensão

Avança sobre meus canteiros de jasmim
Como se fosse dona do meu EU
dizendo coisas que só eu e minha alma
vasculham nas manhas de domingo

Um movimento em falso
Uma distração, ela limpa meu tabuleiro
Meu Rei em cheque por uma estranha Rainha
Meus peões enfileirados, capturados
Exílio num estranho país.

Ivan Santos.

sexta-feira, agosto 13, 2010

...

Quando me apaixono
como cada pedaço do tempo
e espaço que cobre esses dias.
Nada em minha frente
é grande ou pequeno o suficiente
não existem virgulas, ou tempo
para respirar, tudo em quase nada.
São os sentidos mais aguçados
que uso para me aproximar
do meu tesouro particular.

Quando me apaixono
eu esqueço do meu rumo
“eu” deixa de ter sentido
lido, ou penso que consigo,
com tudo que me acomete
breve é tudo que existe
em você.

Marina Ráz.

terça-feira, abril 13, 2010

Sempre o mesmo

Eu encontro em um pedaço
um laço, um estilhaço do que éramos
erramos, mas tudo é uma passagem,
um ticket perdido na bagagem.

Vejo a sua mensagem no celular
“venha me encontrar”, não consigo
usar radares ou qualquer parafernagem
uso gritos e um sonar aguçado.
Onde se escondem suas pegadas
pequenas e delicadas em minha mente.

Marina Ráz.