quarta-feira, outubro 15, 2008

Vésperas incendiárias

Minhas entranhas estão grunhindo
acho que engoli um violino
desafinado e o seu músico
desajeitado.

Esses murmúrios secos
como dois gatos obesos
fazendo sexo no beco.

Eu posso sentir meu hálito
tomar a forma, crescer!
Áspero como um cacto.

Então jorra, transborda,
es
_co
__rr
___e,
da minha boca:

"Eu te amo."

Marina Ráz.

2 comentários:

Lucas Pereira disse...

O que dizer...
Poesia feminina...
genial...
"Teu mel escorre
e as palavras morrem
a teus pés".

Anônimo disse...

Marina Ráz... como somos parecidas! Faço minhas as suas palavras. Seus textos são um acalanto à minha conturbada alma. Um beijo!