terça-feira, agosto 04, 2009

Como se eu carregasse um boi no peito,

Descasco o meu punho
dedo a dedo, feito pétalas,
descubro a palma da mão.
Não segurava tesouros arcaicos,
sim um fruto em floração
morno em carne o meu coração
esse órgão recém nascido
que pulsa sem parar a saudação
"coma-me, coma-me, coma-me!"
Botou nele um colar de perolas
e o prendeu sob belezas inertes.

Marina Ráz.

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